À maneira de currículo

Nasceu em Lisboa, a 2 de novembro de 1919, onde viveu exercendo a profissão de engenheiro civil em que se formara na Faculdade de Engenharia do Porto. Esteve então em África, no Brasil, nas ilhas do Atlântico e em alguns países da Europa. Ensaísta, dramaturgo, contista, crítico e historiador da cultura, etc., tem várias obras publicadas em volume e larga colaboração dispersa por jornais e revistas, sendo de destacar: Seara Nova, onde exerceu a crítica teatral, O Comércio do Porto, Portucale, Mundo Literário, O Primeiro de Janeiro, Árvore, etc. Um dos fiéis colaboradores de Unicórnio e números subsequentes, foi o animador e co-director das 2ª. 3ª. séries de Cadernos de Poesia, em cuja 1ª série já colaborara. Dedicou-se largamente a traduções de poesia e de romance.

De Líricas Portuguesas I

Sena por Sena

sou um homem casado e pai de nove filhos, que nunca teve vocação para patriarca, e sempre foi a favor de a mais completa liberdade ser garantida a todas as formas de amor e de contacto sexual. Nenhuma liberdade estará jamais segura, em qualquer parte, enquanto uma igreja, um partido, ou um grupo de cidadãos hiper-sensíveis, possa ter o direito de governar a vida privada de alguém. Do mesmo modo, não devemos nunca pactuar com a ideia de que qualquer reforma vale o preço de uma vida humana. Mais do que nunca, num mundo onde as vidas humanas se tornaram tão baratas que podem ser gastas por milhões, aos escritores cumpre resistir. Poderemos ter revoluções: mas tenhamos esperança de que nelas as pessoas podem morrer por acidente, mas nunca assassinadas.

Prefácio a Poesia-I (1977)

A Hidra

Jorge de Sena é um monstro.
Monstro policéfalo, como a Hidra de Lerna, entontece-nos com suas múltiplas facetas de criador.

Gilda Santos

Seus contemporâneos, ontem e hoje

Sophia de Mello Breyner Andresen

Não és navegador, mas emigrante
Legítimo português de novecentos
Levaste contigo os teus e levaste
Sonhos fúrias trabalhos e saudade;
Moraste dia por dia a tua ausência
No mais profundo fundo das profundas
Cavernas altas onde o mar se esconde

Carta(s) a Jorge de Sena

José Saramago

Se algum dos portugueses de agora encarnou dramaticamente a dignidade de ser escritor, esse foi Jorge de Sena. Isso que Jorge de Sena soube ser melhor do que ninguém e, não falando agora no que a sua obra representa, é provavelmente a grande lição que aos escritores conviria aprender: Ou não mereceremos sequer o pão que comemos.

Diário de Lisboa, 12/06/1978

 

O projeto

O site Ler Jorge de Sena foi uma iniciativa da Profª Drª Gilda Santos, hoje Vice-Presidente do Real Gabinete Português de Leitura. O intuito era criar um repositório virtual que permitisse a popularização do autor entre estudantes universitários e interessados pela literatura portuguesa e pudesse concentrar num único lugar tudo o que se tem feito sobre Jorge de Sena, de artigos, ensaios, dissertações e teses, a eventos, reportagens e notícias.

Ler Jorge de Sena é atualmente um dos maiores repositórios digitais de um autor de língua portuguesa, aqui antologiado com 225 poemas, 14 contos, 2 peças, 10 crônicas, 48 ensaios, dezenas de traduções, correspondências e declarações públicas, além de reunir mais de 150 estudos sobre o poeta. Este acervo é uma importante fonte de pesquisa para quem quiser se aprofundar na obra de um dos maiores escritores em língua portuguesa do século XX.

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