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"Adão e Eva no Paraíso", de Paul Rubens e Jan Brueghel, o Jovem

Recontos do Paraíso


Parte de um estudo mais longo, em que atravessa quatro contos dedicados à releitura do mito de Adão e Eva, de Eça e Machado de Assis a Aquilino Ribeiro e Jorge de Sena, reproduzimos aqui a leitura de António Manuel Ferreira sobre o conto "Paraíso Perdido", de Gênesis, em recorte gentilmente cedido pelo autor.


O texto original foi publicado em Forma breve: revista de literatura, n. 6 (Dezembro 2008 – p. 35-54) e está disponível em www.amferreira.eu/ficheiros/Recantos_Breve6.pdf

 


1. Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, o protagonista do romance A Queda dum Anjo (1866), de Camilo Castelo Branco, é um homem educado na leitura exigente dos clássicos – os portugueses e os greco-latinos. É também um católico respeitador da religião e das suas tradições. Mas a troca das agrestes terras de Miranda pelos sibaríticos salões lisboetas vai-lhe dulcificando e amolecendo o carácter rugoso. A dada altura da narrativa, no capítulo intitulado “Vai cair o anjo!”, tenta conquistar a benévola atenção de uma dama, e recorre à argumentação bíblica, defendendo uma tese aparentemente iconoclasta, e em dessintonia com a sua formação política e moral. Segundo ele, o pecado original relatado no Génesis foi um benefício para a Humanidade; e tenta convencer Adelaide – a dama desejada – de que na árvore paradisíaca tocaram Adão e Eva, e fizeram bem. Eis o argumento: “Maior crime seria a resistência a Eva que a Deus. Perdoe-me o Céu a blasfémia!…” (Castelo Branco, 1986: 924). Calisto, como Adão renascido, encontrará a sua Eva libertadora em Ifigénia, a bela e jovem viúva brasileira que, involuntariamente, também libertará Teodora, a feia e menos jovem esposa do anjo caído.

O episódio genesíaco, tão ardilosamente desconstruído pelo herói camiliano, tem constituído um motivo recorrente da arte ocidental, desde a grande pintura à publicidade, como relembra Marie-Hélène Piwnik, quando, num ensaio sobre Eça de Queirós, refere o quadro “Adão e Eva” (1504), de Dürer, cujo par edénico, refigurando os cânones da beleza clássica, pode ainda hoje ser matricialmente encontrado, segundo a ensaísta, “dans des publicités dénudant l’homme ou la femme” (Piwnik, 1997: 420). Também a literatura tem revisitado, de diferentes modos e com distintas intenções, a narrativa mítica e veterotestamentária da criação do Homem. Desde os célebres e divertidos Excertos do Diário de Adão e Diário de Eva, escritos por Mark Twain [1], até aos romances contemporâneos de vocação feminista, o tema tem sido abundantemente recriado por escritores de diversificadas proveniências.

No domínio das literaturas em língua portuguesa, interessam-me, por ora, os contistas [2], e pretendo destacar quatro casos: os contos “Adão e Eva no Paraíso”, de Eça de Queirós; “Adão e Eva”, de Machado de Assis; “Triunfal”, de Aquilino Ribeiro; e “Paraíso Perdido”, de Jorge de Sena. Recontando a mesma história, e lidando, consequentemente, com os mesmos materiais diegéticos, cada um dos quatro textos articula-se segundo uma dupla perspectiva: “recontar” significa, neste contexto, “reavaliar” e “narrar de novo”; ou seja, o saldo estético diferenciador resulta de postulados hermenêuticos e de processos discursivos divergentes. E, como é evidente, a tessitura discursiva e o substrato heurístico de cada texto reflectem a cosmovisão e os estilemas dos respectivos autores. É, portanto, compreensível que os quatro contos sejam diferentes, tanto no plano formal como nos pressupostos semântico-pragmáticos.

2. “Paraíso Perdido”, de Jorge de Sena, mais do que evocar a obra célebre de Milton, constitui uma afirmação antecipada do idiossincrático antropocentrismo do autor. O conto faz parte de um díptico – completado por “Caim” e os dois textos perfazem a totalidade orgânica do livro Génesis, publicado em 1983 [3], mas as datas de escrita são, respectivamente, 1937 e 1938. “Caim” é a continuação natural de “Paraíso Perdido”; os dois contos devem, pois, ser lidos em conjunto, como partes inseparáveis de uma mesma unidade sémico-narrativa. Aliás, alguns pormenores discursivos de “Caim” reactivam os liames de continuidade diegética com o conto anterior [4]. Quando escreveu Génesis, Jorge de Sena estava na casa dos 18/19 anos, e a sua obra literária estaria dando os primeiros passos. Compreende-se, por isso, o carácter incipiente da escrita ficcional do poeta, e adquire uma importância programática e personalizada a escolha do tema e a exegese antropológica que a justifica. Com efeito, a interpretação deste pequeno livro poderá ser feita em sentido projectivo, como anúncio catafórico e remático de uma obra literária em sólida construção; e poderá beneficiar igualmente de uma leitura retrojectiva, anafórica e temática, porquanto a ulterior e persistente cosmovisão seniana, textualizada em modos e géneros de diversificada natureza, fornece-nos os elementos esclarecedores do particular exercício de iconoclastia configurado em Génesis [5].

Perante a vexata quaestio do pecado original, Jorge de Sena não partilha o pessimismo queirosiano, veiculado pelos malefícios da razão, e também não adopta o cinismo irónico e libertador de Machado de Assis. Não considera, portanto, que o mundo e o Homem resultem da invenção divino-demoníaca – apesar do regozijo dos diabinhos amedrontados [6], nem pensa que Adão e Eva, produtos da evolução darwinista, ou perfeitos modelos ortodoxamente criacionistas, constituam um momento de retrocesso, irónico ou não, no ciclo progressivo da vida.

À semelhança de Eça, mas em sentido completamente diferente, Jorge de Sena atribui a Eva a instauração da desordem evolutiva. No texto queirosiano, Eva reifica a figura maternal da mulher: matriarca sibilina do lar, e confortadora das fragilidades masculinas. Em “Caim”, retoma um pouco a função de dona de casa solícita e atenciosa, quando pede ao filho Abel que mate as reses mais fracas para substituir o vestuário já delido da família [7]. Mas, em “Paraíso Perdido”, é-lhe atribuído o papel de femme fatale que ensina ao homem o prazer do sexo. Eva é o ardor libidinoso como nova forma de conhecimento. Alterando o texto bíblico, Jorge de Sena inventa uma Eva curiosa, rebelde e repulsora da monotonia do Paraíso. Não é, pois, à serpente que cabe o ónus da tentação, mas à curiosidade e fastio de Eva. A serpente desempenha apenas a função de mensageira autoproclamada da grande descoberta que a mulher leva a cabo sozinha:

A que saberia a fruta? O que seria o Bem e o Mal? E se tirasse um pomo? E se Deus via? Expulsava do Paraíso. Ora! O Paraíso era tão aborrecido, todos os dias o mesmo: brincar com a água, com pedrinhas, com os animais, brincadeiras onde de dia para dia não aparecia novidade. Naquele momento hesitou ainda. Por fim chegou-se à árvore e estendeu o braço. Tornou a deixá-lo cair – E se Deus vê? Agora não vê – e tirou um fruto. (Sena, 1986: 20-21)

Na obra de Jorge de Sena, tanto na poesia como na narrativa, o amor e a sexualidade descem ao corpo, somatizando-se, com inquietação, como é natural, mas sem o pavor que angustia a corporização dos afectos no universo pessoano. “Paraíso Perdido” é, pois, mais um exemplo da visão jubilosa e energética da sexualidade. E, estranhamente, é um texto de Fernando Pessoa que se nos impõe quando lemos a passagem do conto que relata a descoberta da sexualidade, depois de Eva ter provado o fruto proibido. Trata-se de “Epitalâmio”, um dos poemas ingleses que, com “Antínoo”, foram escritos para exorcizar as tentações lúbricas do jovem Pessoa. A lamentação epicédica e necrofílica de Adriano, perante o corpo morto de Antínoo, embora sendo explicitamente sexual, enquadra-se numa moldura discursiva de grande elegância semântico-formal. O mesmo não acontece em “Epitalâmio”, porquanto a libido exasperada que se apodera dos noivos contagia tudo, numa orgia imaginária e agressivamente libertadora, como se pode ver nos versos seguintes:

Para a igreja, excitados, saí segredando!
Na turba ordenada o sol se derramando,
E todos os olhos à noiva se agarram:
Sentem como mãos, suas ancas e peito;
(…)
Levantam-lhe as saias como a provocar
A fenda escondida por baixo; e o pensar
Tudo isto dela, espreita nos seus gestos
E nos seus olhares a brincarem lestos.
(Pessoa, 2000: 95)

De igual modo, em “Paraíso Perdido”, a eufórica experiência sexual de Adão e Eva é rapidamente comunicada pela serpente ao resto da criação, e todo o Paraíso se transforma num radioso alvorecer nupcial. Os habitantes da terra, do mar e do céu são possuídos por um furor orgiástico que chega aos domínios de Deus, porque os próprios anjos descem à terra, arrastando, com devassidão, as asas manchadas [8]:

Ele trincou uma, duas vezes e logo lhe pareceu ter acordado em si mesmo. Um calor fulgurante percorreu-o todo e inconscientemente enlaçou-a. Ofegantes no novo mistério torceram-se e rebolaram nas folhas amarelecidas.
Uma serpente que se aquecia ao Sol viu tudo. A nova correu todo o Paraíso e os animais do céu e da terra assaltaram a árvore.
Adão e Eva comeram e são felizes! Gritavam uns aos outros.
Um elefante derrubou-a e por cima, por baixo, por todos os lados, sugaram-na, rasgaram-na, despedaçaram-na.
Os peixes do rio e do mar suplicavam um pedacinho. O leão atirou-lhes um ramo e a disputa estendeu-se às águas.
Devorada a árvore do Bem e do Mal todos fizeram como Adão e Eva e um ruído imenso levantando-se do Paraíso e chegou ao céu.
(Sena, 1986: 22)

Apenas um ser, em todo o universo, não teve a oportunidade de provar o fruto revelador, e, por isso, não aceita a bacanal desenfreada. É Deus, que, acompanhado por anjos velhos, expulsa do seu jardim os pecadores concupiscentes. Mas nem todas as criaturas se submetem à inclemência divina. Há duas figuras que se levantam com audácia temerária: um anjo de “olhos verdes” e “insolentes” (ibid.: 23) que aceita, sem grande contrariedade, o castigo – é Lúcifer, o senhor da luz, transformado em Satanás; e Eva que “resoluta e medrosa, linda como nunca”, com “o peito arfando, o cabelo desgrenhado docemente pela volúpia”, procura “o mais terno sorriso que lhe ensinara a árvore do Bem e do Mal”, e se dirige a Deus, nestes termos: “ Não sejas muito severo, meu Senhor” (ibid.: 24). Desconcertado, amolecido e um pouco cómico à semelhança de Júpiter em Os Lusíadas, perante as súplicas maliciosas e interesseiras de Vénus , Deus apenas consegue responder: “Esta Eva!” (ibid.: 24), enquanto vê o casal afastar-se dele, no meio dos restantes condenados.

As últimas frases do conto são extraordinárias. Depois da desobediência das suas criaturas, Deus fica só, na companhia dos anjos velhos e impotentes. Fica previsivelmente triste, talvez mesmo um pouco curioso da felicidade alheia. O poeta António Osório, no excelente livro Adão, Eva e o Mais, parece partilhar a mesma interpretação do episódio edénico quando, no poema vinte e sete, escreve o seguinte:

Expulsos, Deus ficou infinitamente só.
Saudades de Eva,
do estreito, penetrante corredor.
Adão, sua imagem mal-afortunada.
Deus, castigando, puniu-se.
(Osório, 1983)

Retomando o conto de Sena, “foi por isso que anos mais tarde”, Deus “se fez homem e habitou entre nós” (Sena, 1986: 24). Como era de esperar, foi enganado nessa descida à terra, porque nada restara da árvore do Bem e do Mal, e ele teve, por isso, de ficar “bondoso para sempre” (ibid.: 24). No conto “Caim”, quando o agricultor fratricida confronta Deus com a injustiça das suas atitudes – e com inteira razão – insulta-o, com a seguinte blasfémia: 

  Sacrificaste-nos a mim e a ele à tua curiosidade horrorosa! Eu nunca teria matado o meu irmão se não me tivesses provocado…Para julgar o bem e o mal! O bem e o mal!! Que sabes tu deles? Nem sequer lambeste a árvore!! Qualquer animal sabe mais do que tu!! E o pouco que sabes aprendeste connosco. É por isso que nos espias e nos provocas. (ibid.: 37)

Recordemos o libérrimo pensamento de Norman Mailer quando, com a maior disponibilidade intelectual, afirma o seguinte: “God lost, and God gained. In creating us, God acquired knowledge that could not have been obtained otherwise” (Mailer, 2007: 57). Esta representação de Deus como um ser criador, interessado em partilhar a natureza das suas criaturas, é, curiosamente, informada por uma ancestralidade pagã [9]. Lembremo-nos das múltiplas e diversificadas metamorfoses de Zeus, que ora se transformava em águia para raptar, com intuitos sexuais, o belo Ganimedes, ora utilizava as mais sofisticadas artimanhas para se aproximar, eroticamente, das mulheres, mais apetecíveis, na sua humana imperfeição, do que as deusas eternamente radiosas. Insinuando a humanização de Deus, através da terrena encarnação de Jesus, Jorge de Sena convida-nos a rever e recontar todo o processo de refiguração da divindade, que vai desde o Olimpo primevo até à descristianização de Jesus, levada a cabo, de forma culturalmente violenta, por Alberto Caeiro, no poema oitavo de “O Guardador de Rebanhos” [10]. Trata-se, no fundo, do radical antropocentrismo que subjaz à cosmovisão seniana, e que, apesar das múltiplas diferenças, encontra similar expressão no telurismo agonístico de Miguel Torga.

 

Notas:
1. 
Em português existe uma tradução recente, levada a cabo por Hugo Freitas Xavier (2004). Excertos dos diários de Adão e Eva. Lisboa: Cavalo de Ferro Editores.
2.  No domínio da poesia são relevantes, por exemplo, os casos de José Régio, Teixeira de Pascoaes e António Osório. Deste último poeta é muito importante o livro Adão, Eva e o Mais, publicado, com ilustrações de Manuel Cargaleiro, em 1983.
3.  Francisco Cota Fagundes, um reconhecido e eminente seniano, escreveu sobre esta obra um livro imprescindível: In the Beginning There Was Jorge de Sena’s Genesis: The Birth of a Writer (vide Bibliografia). Neste livro magnífico, Cota Fagundes contextualiza os dois contos senianos em vários planos intertextuais: a obra de Sena, a literatura portuguesa (v.g. Antero de Quental, Eça de Queirós e Teixeira de Pascoaes), a tradição literária e filosófica ocidental, bem como a hermenêutica bíblica diversamente considerada.
4.  Por exemplo, os seguintes: “Muitas, muitas vezes se tinham alternado o Sol e a Lua depois que Adão e Eva tinham saído do Paraíso” (Sena, 1986: 28); e “Nem sequer lambeste a árvore!! Qualquer animal sabe mais do que tu!!” (ibid.: 37).
5.  Francisco Cota Fagundes atenua um pouco o carácter iconoclasta de Génesis, nomeadamente de “Paraíso Perdido”, quando, ao situar o conto no âmbito de uma riquíssima e complexa tradição cultural, faz a seguinte advertência: “On the surface, «Paraíso Perdido» seems to be a daring tampering with the sacred, an iconoclastic assault upon basic tenets of the religion of his elders and peers; a desire simultaneously to impress his (few) readers with a serious literary subject and to shock them with his treatment of it. Upon closer inspection, however, one realizes that the story contains much more serious and far-reaching ideological dimensions” (Fagundes, 1991: 69).
6. O conto “Caim” termina da maneira seguinte: “Risos subiram-lhe aos ouvidos. Olhou. Das frestas das pedras caras escarninhas de diabos mofavam dele. Mal disposto, lançou-lhes um olhar que os fez esconderem-se; depois chamou uma nuvem, sentou-se nela e voltou para o céu” (Sena, 1986: 40).
7.  “Em paz viviam uns dos outros: a mãe cuidava da choupana e das peles com que se cobriam, ele Caim lavrava a terra, o irmão Abel pastoreava os rebanhos que Deus ensinara a amansar” (ibid.: 27); “O pai recomendou mudança de pasto e Eva lembrou que se matassem os piores para ela fazer fatos novos – os que traziam já estavam velhos e gastos” (ibid.: 29).
8.  “Só meia dúzia de velhos anjos lhe restavam e lá muito ao longe viu asas brancas que irresistivelmente atraídas voavam para o Éden” (ibid.: 22); “A criação entreolhava-se envergonhada. Os anjos pecadores fitavam o chão e sentiam um peso enorme nas asas agora manchadas” (ibid.: 23).
 9. No conto “Caim”, Deus, à semelhança de Júpiter, é anunciado pelo trovão: “Trovejou lá no alto. (…) Outro trovão estoirou mais baixo. (…) Abel e Caim, de cabeça baixa, não olhavam o Senhor que se aproximava recostado na nuvem” (ibid.: 31). Este pormenor é relevante, evidentemente, no domínio das mitologias comparadas.
10. O processo de descristianização de Jesus é visível em versos como os seguintes: “Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava./Ele é o humano que é natural,/Ele é o divino que sorri e que brinca./E por isso é que eu sei com toda a certeza/Que ele é o Menino Jesus verdadeiro” (Caeiro, 2001: 38).


Bibliografia
CAEIRO, Alberto (2001). Poesia. Lisboa: Assírio & Alvim.
CASTELO BRANCO, Camilo (1986). Obras Completas. Vol. V. Porto: Lello & Irmão – Editores.
FAGUNDES, Francisco Cota (1991). In the Beginning There Was Jorge de Sena’s Genesis: The Birth of a Writer. Santa Barbara: Jorge de Sena Center for Portuguese Studies, University of California, Santa Barbara in association with Bandanna Books.
MAILER, Norman (2007). On God – An Uncommon Conversation. New York: Random House.
OSÓRIO, António (1983). Adão, Eva e o Mais. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
PESSOA, Fernando (2000). Poesia Inglesa I. Lisboa: Assírio & Alvim.
PIWNIK, Marie-Hélène (2012). Eça de Queiroz Revisitado. Propostas de Leitura. Guimarães: Opera Omnia.
(1997). “«Adão e Eva no Paraíso»: Révision d’un Mythe”. In MINÉ, Elza (coord.). 150 Anos com Eça de Queirós. São Paulo: Universidade de São Paulo, 420-426.
SENA, Jorge de (1986). Génesis. 2ª ed. Lisboa: Edições 70.