Jorge de Sena e o quinhentismo Ibérico

Sheila Moura Hue, com seu olhar aguçado pelas pesquisas dedicadas ao quinhentismo, focaliza neste ensaio os estudos que Jorge de Sena consagrou a Camões e seus contemporâneos, portugueses ou castelhanos, no afã de demonstrar um forte intercâmbio cultural entre eles, independentemente de fronteiras espaciais. 

 

Mapa de Sebastian Munster, 1542

 

Na nota introdutória a Francisco de la Torre e D. João de Almeida (1974), Jorge de Sena, em seu inconfundível estilo combativo, faz um apanhado de sua produção referente ao quinhentismo assinalando o quanto não era valorizada e o quanto nela estavam ligadas a literatura portuguesa e a espanhola, não por uma peculiaridade do interesse do autor, mas, inequivocamente, pela compreensão de que é impossível estudar e entender a literatura produzida em Portugal com os olhos vendados para a Hispânia. No prefácio a este mesmo livro, Jose V. de Pina Martins, ao comentar a nota introdutória, observa que a obra crítica de Sena só é ignorada por «quem não pode atingir a sagacidade com que ele interpreta textos difíceis e a originalidade com que formula cotejos literários antes não formulados», salientando ainda que «os temas e problemas da literatura espanhola e portuguesa, focados em função de uma interdependência histórica e cultural objetiva» eram infelizmente pouco estudados «pela investigação crítica nacional».

Jorge de Sena talvez tenha sido, na seara do hispanismo português e espanhol, «um solitário independente», como se autodefiniu na incisiva conferência Hispanismo: archipiélago de glorias y vanidades en el mar-oceano de la ignorância universal [1], mas ao seu trabalho teremos que necessariamente juntar, em se tratando de enquadramento hispânico, as inestimáveis contribuições de Jose V. de Pina Martins e de Eugenio Asensio. Mas se nestes críticos o estudo dos temas e questões da literatura portuguesa do Renascimento abrigam as incontornáveis ramificações européias, sejam elas espanholas, italianas ou francesas, em Jorge de Sena a atenção especial aos temas literários ibéricos parece definir-se como um programa.

Combatendo uma concepção de História Literária pautada no conceito de nacionalidade – concepção esta que, apesar de ter sido modelada no século XIX pelas questões que então alimentavam a crítica literária, é ainda empregada como enquadramento teórico em pleno século XXI – e, no que diz respeito especificamente ao quinhentismo, pondo em evidência que o também oitocentista conceito de originalidade é inteiramente alheio às práticas literárias do século XVI [2], Jorge de Sena nos mostra o quanta não podemos estudar corretamente, ou com alguma pertinência, a literatura portuguesa desse período se a não entendermos como parte de um sistema literário ibérico. Lição que, ainda hoje, talvez não tenha sido inteiramente absorvida.

Se tentarmos separar a produção literária dos escritores quinhentistas por nacionalidades ou idiomas de expressão teríamos sérios problemas. A que literatura pertencem os autos espanhóis de Gil Vicente? O que fazer com Jorge de Montemor, o autor de La Diana, que, apesar de português, escreveu toda sua obra em castelhano e na Espanha? O que fazer com as obras bilíngües de todos os poetas dessa época que, com exceção de Antonio Ferreira, escreveram tanto em português quanto em castelhano? O enquadramento teórico que condiciona a História da Literatura à questão da nacionalidade e aqui não só inadequado como prejudicial. Toda a obra crítica de Jorge de Sena sobre o quinhentismo é uma libelo contra tal conceito. Como ele mesmo diz, ainda na nota introdutória a Francisco de la Torre: «não foram os nossos estudos camonianos o que nos atraiu, inevitavelmente, para estudos de literatura espanhola – sempre ela, por especiais razões de consciência das inter-relações das culturas da Hispânia, e pela nossa curiosidade por outras literaturas, nos interessou».

O vigor dos estudos de Jorge de Sena sobre o quinhentismo ibérica resulta de sua perspectiva comparativista, fazendo dialogar as literaturas e as culturas espanholas e portuguesas, tão imbricadas uma à outra na época, e de uma interdisciplinaridade extremamente fértil e iluminadora. No seu livro Estudos de História e de Cultura (constituído de ensaios publicados em fascículos a partir de 1963 na revista Ocidente e reunidos em volume em 1967), que ele define como «tão português quanto espanhol», temos a sua vertente erudita genealogista no ensaio «A família de Afonso Henriques» (em que as notas e as «notas às notas» são mais extensas do que o ensaio); o pequeno estudo «O vitorianismo de dona Filipa de Lancaster», onde desfaz o conceito oitocentista do «britanismo» de D. Filipa e de seus filhos numa daquelas revisões históricas tão ao gosto de Sena; o artigo «Os painéis ditos de “Nuno Gonçalves”, no qual discorre sabre o verdadeiro folhetim de textos críticos que os ditos painéis geraram, numa daquelas investigações histórico-eruditas senianas; e, finalmente, o estudo monumental «Inês de Castro ou literatura portuguesa de Fernão Lopes a Camões, com uma análise estrutural da Castro de Ferreira, um longo estudo com várias abordagens e aspectos […]», compreendendo 481 páginas, em que vemos, entre outras muitas coisas, que para tão grande amor não foi curta a vida, pois Sena aqui articula uma quantidade impressionante de informações, aspectos e interpretações em torno do tema Inês de Castro, do século XIV ao XVII, unindo história literária e história política e cultural, com todas as suas ramificações peninsulares. Nesse estudo, destaca-se a análise da Castro de Antonio Ferreira, que começa por uma ampla investigação do teatro em Portugal na primeira metade do século XVI, na qual são esquadrinhadas as preferências pela tragédia grega ou pela latina por parte dos autores da época (como o português Anrique Aires de Vitória) e toda a atividade editorial ao longo do século de forma a compor um quadro cultural europeu que viria a servir para a compreensão da Castro em todos os seus aspectos. Quando, finalmente, chegamos à biografia de Antonio Ferreira, já passamos, levados pelas mãos de Sena, por quase todas as principais questões da História Literária européia, e não só as referentes ao teatro clássico. Quando adentramos a Castro propriamente dita, seus problemas de datação, suas duas versões (1587 e 1598), entramos então em uma daqueles percursos de investigação em que o palpitante problema envolvendo a Castro e a Nise Lastimosa do castelhano («frade vagabundo») frei Jeronimo Bermudez (qual das peças veio primeiro, e qual dos autores copiou o outro) rende deliciosas páginas detetivescas em que é esquadrinhada, revista e reavaliada toda a literatura crítica sobre o problema Castro/Nise. A curiosidade intelectual no Sena pesquisador parece ser guiada por uma espécie de obsessão, uma curiosidade que o leva a explorar profundamente todas as ramificações sem medo de se perder ou de se afastar do assunto, o que exige a persistência do leitor e o que, talvez, faça com que alguns de seus textos sejam pouco lidos e pouco utilizados em sala de aula. No discurso, já aqui referido, que proferiu em um dos congressos da Associação de Hispanistas, Sena declarou, com sua peculiar ironia: «la ignorancia o la falta de curiosidad intelectual son siempre voluntarias, y el mayor pecado en la vida de un investigador – casi como pecar contra el espíritu santo, pecado que nos arroja sin remisión en el infierno». Pois bem, neste estudo sobre a Castro de Antonio Ferreira, o investigador Jorge de Sena, com sua intensa curiosidade intelectual, atinge as alturas do paraíso, onde, em lugar de encontrar-se com Beatriz, leva-nos ao encontro de Inês.

Em seus volumes camonianos, Jorge de Sena combateu uma leitura nacionalista e redutora, promoveu uma nova era nos estudos camonianos, liberando Camões do gesso que o modelava como um monumento da nacionalidade, mostrando-nos Camões no seu tempo, entre seus contemporâneos portugueses e espanhóis, entre as correntes literárias e filosóficas da época, revelando não um «gênio» isolado, romântico, mas um poeta genial produto de seu tempo. Suas leituras da lírica camoniana se pautam pela compreensão de que é improdutivo ler Camões sem ter em vista o conceito de imitação e a profunda ligação entre as literaturas portuguesa e espanhola. Com Jorge de Sena, ao ler Camões, lemos também Garcilaso, Boscán, Hurtado de Mendoza, Fernando de Herrera, Cetina, Acuña e Jorge de Montemor, lemos o petrarquistmo e o neoplatonismo, e lemos ainda Jorge de Sena, o poeta, lendo Camões.

Em Uma Canção de Camões, finalizado em 1962, impresso em 1966, dedicado a Antônio Candido de Mello e Souza e, indiretamente, aos seus anos de pesquisa no Brasil, Sena, antes de concentrar-se na canção «Manda-me amor que cante docemente», historia todo o percurso dessa forma poética, e relaciona a canção camoniana com o irradiador Petrarca, com os italianos Sannazaro e Bembo, e com os espanhóis Garcilaso e Boscan, em um mergulho de «inquérito estrutural» que, além de ressaltar a independência de Camões em relação aos modelos e sua contribuição para a, digamos assim, «evolução» dessa forma poética, acaba por iluminar, globalmente, a canção petrarquista peninsular.

Na tese que apresentou para o concurso de livre-docência na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara, em 1964 [3], Jorge de Sena mais uma vez procede a um daqueles «inquéritos» tão ao seu estilo. Ao tratar do soneto de Camões, trata também de seus contemporâneos e de seus antecessores portugueses, estabelecendo um quadro comparativo com o modelar Petrarca, e ainda com Ariosto, Bembo, Boscan, Garcilaso e Hurtado de Mendoza, e com seus contemporâneos espanhóis Francisco de Aldana, Fernando de Herrera e Gutierre de Cetina. Nesta ampla análise, podemos observar como os esquemas rímicos de Petrarca vão sendo transgredidos ou obedecidos, ao longo do século XVI. Esse inquérito estrutural servia para o estabelecimento do cânone dos sonetos de Camões com vista à elaboração de uma edição das Rimas que, infelizmente, não veio a se realizar. As conclusões de Sena, após esse longo percurso de investigação, reforçam as inferências de seu trabalho anterior, indiciando o caráter programático de sua obra crítica: «isto vem ao encontro de pesquisas e observações nossas (em Uma Canção de Camões) que apontam Camões como atendo-se a poucos esquemas predilectos, que lhe bastam para a sua essencialista meditação lírica, que usa do petrarquismo como de um modo de expressão de realidades interiores que muito ultrapassam a literatura petrarquista e o próprio Petrarca» (SENA, 1969: 233).

Publicado inicialmente, em partes, na Revista do Livro, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1961 e 1967, A Estrutura de «Os Lusíadas» e Outros Estudos Camonianos e de Poesia Peninsular do Século XVI foi reunido em volume em 1970 e apresenta-se como um convite aos «interessados» que «estejam dispostos a «aprender» que Camões não é o pastelão patriótico-clássico que durante anos tem sido» (SENA, 1980a: 11). A exemplo do que havia feito com a lírica, neste volume Sena emprega o mesmo instrumental para estudar a epopéia camoniana. Sua intenção era, acima de tudo, e como diz no prefácio, mostrar Camões em uma nova e renovada luz, longe «das certezas tranqüilas da ignorância, da inconsequência, da incompetência, ou da insensatez, que caracterizam, desgraçadamente e ainda, a suposta erudição portuguesa». Se Jorge de Sena já havia marcado indelevelmente os estudos da lírica, agora fazia o mesmo com Os Lusíadas; mas aqui, em lugar das investigações estruturais que buscavam também averiguar questões relativas ao cânone, temos como ele mesmo diz, «um guia de leitura», uma chave interpretativa para ler e entender a epopeia. Em «Outros estudos camonianos e de poesia peninsular do século XVI» (parte agregada ao livro), além de investigações sobre a autoria de uma canção e sobre alguns sonetos e redondilhas, temos uma espécie de complemento de Os Sonetos de Camões: um estudo adicional a respeito da prática do soneto na Península Ibérica, agora com o emprego de edições de Gutierre de Cetina a que não tinha tido acesso, com novas informações sobre a poesia de Fernando de Herrera, com a inclusão de dois poetas castelhanos antes não chamados a compor o enquadramento histórico (Hernando de Acuna e Baltazar de Alcazar), e também com análises de Gongora e do português Jorge de Montemor (cuja obra foi toda composta em espanhol), ampliando, desta forma, o escopo das investigações senianas sobre a poesia peninsular.

Em Dialéticas da Literatura, impresso em 1973, e ampliado na edição de 1977, temos não só o importante e alentado estudo «A Sextina e a sextina de Bernadim Ribeiro», de 1962, sobre, como diz Sena, «um dos grandes (e mais estranhos) poemas da língua», como também a conferência «Camões: novas observações acerca da sua epopéia e do seu pensamento», de 1972, ano em que se comemorava o quarto centenário da publicação de Os Lusíadas. A celebrarão camoniana gerou uma serie de textos nos quais Sena propagou – ainda no tempo do fascismo português e da instrumentalização nacionalista do épico –, em várias conferências, suas ideias de «um Camões  provavelmente herético, condenador do Império, antioficial tanto no seu tempo, como hoje». Se, como diz Hans-Georg Gadamer (1997), a cada época os textos são interpretados de acordo com os «preconceitos» vigentes, nunca, talvez, terá Camões sido lido de forma tão revolucionaria, tirado diretamente do rígido monumento da nacionalidade fascista para o fulgor da liberdade de pensamento de um poeta a quem, então, passava a ser irmanado, tanto esteticamente, quanto filosófica e politicamente. Essa mesma liberdade de pensamento [4] esteve presente, de forma sensacional, nos prefácios às edições facsimiladas das edições camonianas de Faria e Sousa [5], que era então o reabilitado à luz desse novo e revigorante impulso nos estudos camonianos, cujo marco inaugural fora o estudo «Ensaio de revelação da dialética camoniana», conferência proferida em 12 de Junho de 1948, quando ainda não tinha Jorge de Sena 29 anos.

Em 1974, publica-se mais uma alentado estudo em que Portugal e Espanha se entrelaçam em enigmas literários, Francisco de la Torre e D. João de Almeida, já convocado na abertura deste artigo, no qual duas figuras obscuras saem da sombra para se mostrarem: o primeiro como um admirável poeta quinhentista e o segundo, o organizador da obra poética de La Torre, como um esquecido poeta português castelhanizado. Aqui, Sena realiza o mais extenso estudo sobre a poesia peninsular do século XVI, enfrentando com apetite um dos maiores enigmas da poesia castelhana do século [6], sobre o qual se debruçaram vários críticos de diferentes épocas. A dúvida maior recaía justamente sobre a identidade do poeta para um dos críticos que o estudou, Francisco de la Torre seria o próprio Francisco de Quevedo; para Quevedo, o primeiro a publicar a obra, tratava-se de um poeta do século XV; e para o leitor deste livro de Sena, a certa altura, tudo parece convergir para identificá-lo a D. João de Almeida, o organizador da obra e reitor da Universidade de Salamanca entre 1567 e 1568. No amplo estudo de Sena, a personalidade enigmática de Francisco de la Torre vai sendo, ao longo de apaixonadas páginas, desvelada: um poeta ateu, em que o erotismo, o «dramatismo sexual», advinha de uma «castração sexual» imposta pelas contingências profissionais, e que seria, segundo propõe Sena, D. Miguel de Termon, catedrático de Teologia da Universidade de Salamanca. Neste percurso, temos extensas derivas genealógicas e espantosos cálculos numerológicos, e um embate entre as posições de Serra e os estudos críticos de J. P. W. Crawford e Adolphe Coster, que são refutados ponto por ponto, com afiadas e irônicas argumentações, com minuciosas análises de manuscritos, impressos, e investigações de atribuição autoral em que são revisados quase todos os poetas espanhóis da segunda metade do século XVI. Um trabalho extraordinário, com a inequívoca assinatura de Jorge de Serra.

No que diz respeito aos estudos referentes ao quinhentismo ibérico, temos, a seguir, as publicações póstumas de Trinta Anos de Camões, impresso em 1980, e que reúne ensaios escritos entre 1948 e 1978 – esta grande revisão da obra camoniana em vários de seus aspectos, feita com o desassombro, a coragem e o ânimo combativo que caracterizam os estudos críticos de Sena [7]; o monumental Estudos sabre o Vocabulário de «Os Lusíadas» (que seriam a continuação de A Estrutura de «Os Lusíadas»), publicado em 1982; e também os Estudos de Literatura Portuguesa I, impressos nesse mesmo ano, nos quais se destacam, na temática que aqui nos interessa, os ensaios sobre as cantigas de escárnio e de maldizer, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro e Sá de Miranda, além de um esclarecedor texto intitulado «A viagem de Itália», da qual pinçamos aqui uma frase que parece resumir todo o projeto de revisão do quinhentismo ibérico a que Jorge de Sena se devotou:

 

persistir em visionar o século XVI europeu, à escala do provincianismo burguês que, no século XIX, passou a dominar as culturas «oficiais», e interpretar os contactos pessoais desse tempo, que se realizavam ao nível de espíritos de idêntica formação cultural e análogas aspirações, como o «demi-monde» internacional em que, no nosso tempo, esses contactos se realizam, à distância, entre o viajante que vai a Paris, e um Paris que não toma conhecimento dele.

 

A «viagem à Itália» de Jorge de Sena, da qual voltou esclarecido e pronto para esclarecer a sua gente e promover a disseminação de uma nova atitude crítica, foi uma longa viagem, uma peregrinação pelos inúmeros manuscritos, impressos e edições, que seu olhar renovador, seu espírito de investigador obsessivo, legou às novas gerações, registrada em textos apaixonados, e por vezes labirínticos, que nos convidam a repetidas viagens de conhecimento.

 

NOTAS:

[1] In Actas del sexto Congreso Internacional de Hispanistas. Celebrado en Toronto del 22 al 26 de Agosto de 1977. Sobre a conferência, ver ABREU, 1999.

[2] A propósito de questões sobre História Literária remeto o leitor ao artigo de ANASTÁCIO, 2003: 45-58.

[3] Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular, publicado em Lisboa em 1969.

[4] Parece-me aqui produtivo transcrever interessante trecho do prefácio às Dialéticas Aplicadas da Literatura (1978): «Mas sucedia que eu também não tinha – como continuo a não ter – «cartão» de «universitário lusitano», e nunca passei pela obrigatória iniciação de carregar a mala, da estação ao hotel, de qualquer Dona Carolina, macho ou fêmea (com perdão da ilustre senhora), mesmo no mais metafórico sentido. Quem era eu para me atrever a camonizar? No então, aquele estudo de 1948 era já resultado de larga meditação da obra de Camões e do que sobre ele se escrevera, e continuei a meditar no nosso homem».

[5] Prefácio às Rimas Várias […] Comentadas por Manuel de Faria e Sousa, e prefácio a Lusíadas de Luís de Camiões […] Comentadas por Manuel de Faria e Sousa, edição facsimilada, Lisboa, IN-CM, 1972.

[6] «Um dos mais fascinantes problemas de identificação autoral da literatura espanhola», como classifica Sena.

[7] «Camões e, mais do que qualquer outro escritor português, um Establishment em que a pessoa pode ser admitida, se for cautelosa, reticente, humilde, e respeitosa do que tem sido dito e feito: as qualidades de todo o estudioso decente, mas aqui exigidas para pôr o sujeito no seu lugar que é o de não pôr em causa coisa alguma, e não estragar o negócio de ninguém» (SENA)

 

— Aa. Vv. Actas del sexto Congreso Internacional de Hispanistas. University of Toronto, 1980 (1977).

— Abreu, Maria Fernanda de. «Jorge de Sena: um olhar quixotesco sobre “a velha Hispania Mater”». In: Santos, Gilda (org.). Jorge de Sena em Rotas Entrecruzadas. Lisboa: Cosmos, 1999.

— Anastácio, Vanda. «Da História literária e alguns dos seus problemas». In: Brotéria, vol. 157, Julho, 2003.

— Gadamer, Hans-Georg. Verdade e Métoda. Petrópolis: Vozes, 1997.

— Sena, Jorge de (1969). Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular. Lisboa: s. ed., 1969.

— Francisco de la Torre e DJoão de Almeida. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian, 1974.

— Dialéticas Aplicadas da Literatura. Lisboa: Edições 70, 1978.

— A Estrutura de «Os Lusíadas» e Outros Estudos Camonianos e de Poesia Peninsular do Século XVI, Lisboa: Edições 70, 1980a.

— Trinta Anos de Camões, vol. II. Lisboa: Edições 70, 1980b.

— Sousa, Manuel de Faria e (1972). Prefácio às Rimas Várias […] comentadas por Manuel de Faria e Sousa, de Luís de Camões. Lisboa: IN-CM, ed. facsimilada.

— Prefácio a Lusíadas […] Comentadas par Manuel de Faria e Sousa, de Luís de Camões. Lisboa: IN-CM, ed. facsimilada, 1972.

 

 *Pesquisadora dedicada ao quinhentismo, foi Prof. Visitante na UFRJ e na UERJ e Prof. Adjunto da UNIRIO. Editora-adjunta da Revista Camoniana (SP). Integra o Pólo de Pesquisas Luso-Brasileiras do Real Gabinete Português de Leitura (RJ) e o Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos (Coimbra) . Dentre outras publicações, editou a Primeira História do Brasil, de Pero de Magalhães de Gândavo (2004) , a Antologia de Poesia Portuguesa – século XVI (2005), e os Diálogos em Defesa e Louvor da Língua Portuguesa (2007), de João de Barros e P. M. Gândavo.